Silêncio. Regime fascista em progresso.
Muito se tem falado e escrito sobre as alterações ao estatuto da carreira docente, em particular no que respeita à avaliação dos professores por parte dos encarregados de educação. Essa parte específica da avaliação dos professores até nem me excita muito, ou melhor, excita-me o riso. Mas há outros factores que não me dão assim tanta vontade de rir. Por exemplo, o facto de a progressão na carreira estar cingida pela assiduidade. Assim, professor ou professora que adoecer, e faltar, coloca em risco a progressão na carreira; o mesmo se aplica a faltas por assistência a familiares e até por nojo. Mais de cinco faltinhas, e não há progressão para ninguém. Em contrapartida (não como termo de comparação) temos hoje o regime de faltas mais permissivo de sempre para os alunos. Basicamente, um aluno pode faltar quando quiser e como quiser, pois o encarregado de educação justifica, e pronto (nos países civilizados da Europa, o aluno dar UMA falta é motivo de acção imediata junto dos encarregados de educação, podendo colocar em risco a continuação desse aluno na escola, se a falta fôr injustificada). Naturalmente, os problemas da educação resolvem-se mantendo os professores na escola, não os alunos.
Se (e é um SE grande como o car***o) eu trabalhasse em gabinetes e salas devidamente climatizados e confortáveis, não tendo de lidar com duas dezenas de jovens pubescentes em períodos de noventa minutos, talvez conseguisse ir trabalhar naqueles dias em que tenho crises de alergias (rinites), e mesmo até com uma amigdalitezita era capaz de me safar. Agora, quando tenho as amigdalites, e a voz vai-se, é impossível ir trabalhar. Lá se vai a progressão (boa merda, pois está suspensa há quase um ano, e assim vai continuar até ao final deste ano, e a seguir sabe-se lá como vai ser, e com isso a D. e eu, que deveríamos ter progredido em Outubro do ano passado, estamos a ser lesados em centenas de euros por mês, tal como muuuuuitos outros professores e professoras). Adoro estes parêntesis longos.
E os sindicatos? Convoca-se uma greve ridícula para o próximo dia 14, para «mostrar serviço» e está feito. Na esmagadora maioria, os sindicalistas estão no topo da carreira, na pré-reforma, e estão nas tintas pois «o deles» continua garantido. E pronto, só voltarei a falar deste assunto se a ministra da educação se demitir, ou fôr demitida, o que duvido dado termos um governo autoritário e fascista. *
Muito se tem falado e escrito sobre as alterações ao estatuto da carreira docente, em particular no que respeita à avaliação dos professores por parte dos encarregados de educação. Essa parte específica da avaliação dos professores até nem me excita muito, ou melhor, excita-me o riso. Mas há outros factores que não me dão assim tanta vontade de rir. Por exemplo, o facto de a progressão na carreira estar cingida pela assiduidade. Assim, professor ou professora que adoecer, e faltar, coloca em risco a progressão na carreira; o mesmo se aplica a faltas por assistência a familiares e até por nojo. Mais de cinco faltinhas, e não há progressão para ninguém. Em contrapartida (não como termo de comparação) temos hoje o regime de faltas mais permissivo de sempre para os alunos. Basicamente, um aluno pode faltar quando quiser e como quiser, pois o encarregado de educação justifica, e pronto (nos países civilizados da Europa, o aluno dar UMA falta é motivo de acção imediata junto dos encarregados de educação, podendo colocar em risco a continuação desse aluno na escola, se a falta fôr injustificada). Naturalmente, os problemas da educação resolvem-se mantendo os professores na escola, não os alunos.
Se (e é um SE grande como o car***o) eu trabalhasse em gabinetes e salas devidamente climatizados e confortáveis, não tendo de lidar com duas dezenas de jovens pubescentes em períodos de noventa minutos, talvez conseguisse ir trabalhar naqueles dias em que tenho crises de alergias (rinites), e mesmo até com uma amigdalitezita era capaz de me safar. Agora, quando tenho as amigdalites, e a voz vai-se, é impossível ir trabalhar. Lá se vai a progressão (boa merda, pois está suspensa há quase um ano, e assim vai continuar até ao final deste ano, e a seguir sabe-se lá como vai ser, e com isso a D. e eu, que deveríamos ter progredido em Outubro do ano passado, estamos a ser lesados em centenas de euros por mês, tal como muuuuuitos outros professores e professoras). Adoro estes parêntesis longos.
E os sindicatos? Convoca-se uma greve ridícula para o próximo dia 14, para «mostrar serviço» e está feito. Na esmagadora maioria, os sindicalistas estão no topo da carreira, na pré-reforma, e estão nas tintas pois «o deles» continua garantido. E pronto, só voltarei a falar deste assunto se a ministra da educação se demitir, ou fôr demitida, o que duvido dado termos um governo autoritário e fascista. *