Há um ano ano atrás estive em Lisboa. Foi o último dia em que vi o meu Pai vivo. No dia seguinte, já eu estava em Lagos, o meu Pai morreu.
Quando dias antes vi o meu Pai ser levado de ambulância, do hospital de Lagos para Lisboa, senti que ele não voltaria a casa.
O choque que senti ao ver o meu Pai no hospital em Lisboa em fase terminal foi terrível. Por vezes penso que ele esperou que eu lá fosse, para o ver uma última vez. Penso, mas desejo que não tenha esperado, pois o sofrimento era demasiado.
Um ano de sofrimento intenso, com uma operação cujo resultado foi o mais dramático possível, e sessões de quimioterapia, e mais sofrimento.
Quando eu tinha 21 anos, o meu Pai adoeceu gravemente pela primeira vez. Eu estava em Lisboa a estudar, e fui apanhado de surpresa com a situação. Desde esses tempos, o meu Pai lutou contra a doença, que não a que viria a precipitar o seu desaparecimento. Durante mais de dez anos o meu Pai foi operado várias vezes, devido a problemas circulatórios. Sofrimento. Finalmente, o cancro.
Quando soube que o meu Pai tinha cancro, e tomei consciência da gravidade da situação, comecei a recordar com mais frequência, e de forma mais clara, a relação que tivemos. E fico feliz.
O meu Pai costumava sentar-se comigo, e contar-me histórias ligadas aos selos e moedas que coleccionava.
De facto, nunca me interessei muito pelo coleccionismo, mas as histórias que cabem num selo ou numa moeda, isso sim fascinava-me.
Com o meu Pai aprendi a escutar e a querer saber mais.
Hoje fui ao cemitério. Hoje sim, porque há um ano atrás estive com o meu Pai, e ele estava vivo.
Amanhã passa um ano sobre a morte do meu Pai. Não recordo um funeral. Recordo uma vida. Obrigado Pai.
Quando dias antes vi o meu Pai ser levado de ambulância, do hospital de Lagos para Lisboa, senti que ele não voltaria a casa.
O choque que senti ao ver o meu Pai no hospital em Lisboa em fase terminal foi terrível. Por vezes penso que ele esperou que eu lá fosse, para o ver uma última vez. Penso, mas desejo que não tenha esperado, pois o sofrimento era demasiado.
Um ano de sofrimento intenso, com uma operação cujo resultado foi o mais dramático possível, e sessões de quimioterapia, e mais sofrimento.
Quando eu tinha 21 anos, o meu Pai adoeceu gravemente pela primeira vez. Eu estava em Lisboa a estudar, e fui apanhado de surpresa com a situação. Desde esses tempos, o meu Pai lutou contra a doença, que não a que viria a precipitar o seu desaparecimento. Durante mais de dez anos o meu Pai foi operado várias vezes, devido a problemas circulatórios. Sofrimento. Finalmente, o cancro.
Quando soube que o meu Pai tinha cancro, e tomei consciência da gravidade da situação, comecei a recordar com mais frequência, e de forma mais clara, a relação que tivemos. E fico feliz.
O meu Pai costumava sentar-se comigo, e contar-me histórias ligadas aos selos e moedas que coleccionava.
De facto, nunca me interessei muito pelo coleccionismo, mas as histórias que cabem num selo ou numa moeda, isso sim fascinava-me.
Com o meu Pai aprendi a escutar e a querer saber mais.
Hoje fui ao cemitério. Hoje sim, porque há um ano atrás estive com o meu Pai, e ele estava vivo.
Amanhã passa um ano sobre a morte do meu Pai. Não recordo um funeral. Recordo uma vida. Obrigado Pai.