Alguém com demasiado tempo livre (vou assumir que é essa a razão) na escola onde trabalho resolveu propôr que se discutisse o problema da «linguagem pouco própria» usada pelos alunos. E conseguiu! Teoricamente, todos os professores, em reuniões dos respectivos departamentos, estão a discutir «o problema». Mas..., qual problema? Há professores que têm problemas com a linguagem usada pelos alunos DENTRO da sala de aula? Resolvam-no, com os meios que têm. Não conseguem? Azar! Agora, se o «problema» de linguagem tem a ver com a forma como os alunos falam entre si fora da sala de aula..., qual problema? Mas então andamos a querer inventar problemas? Pelos vistos devo ter colegas com orelhas de porcelana e não sabia. Então e se os alunos, entre si, mandam umas caralhadas? Todos mandámos, ou não? A esmagadora maioria assim o fez, disso não duvido. Aliás, na adolescência, usar e abusar do palavrão é uma forma de crescer. Entre jovens adolescentes, o código é muito próprio, e eles podem estar a trocar as maiores obscenidades, mas de uma forma muito própria e amigável, como aliás recordo dos meus tempos. Mas..., coloca-se-me uma dúvida relevante: o que significa «linguagem menos própria»? O uso de calão? Obscenidades? Expressões agressivas? Mas..., o que é esta merda, pá!? Com tanta coisa importante de facto que fica por tratar, andamos agora a querer inventar problemas? Ai coitado/a do/a professor/a que ao passar pelos alunos ouviu um «caralho» ou um «foda-se». Só pode! É fodido.*